segunda-feira, 26 de setembro de 2011

:: Mercado para setor financeiro ::


Brasil sofre mais para recrutar no setor financeiro

Por Vívian Soares | De São Paulo
O Brasil é o país onde a contratação de profissionais de finanças e contabilidade é mais desafiadora. De acordo com pesquisa realizada em 18 países com mais de seis mil comandantes da área financeira, metade das empresas locais enfrenta grandes dificuldades para recrutar nessa área - no restante do mundo, essa é uma preocupação de apenas 19% dos gestores.
A forte demanda no país se destaca em razão da economia aquecida. "Os melhores profissionais foram recentemente contratados ou promovidos. Atrair essa mão de obra tem custado caro para as empresas", diz Mário Custódio, headhunter da Robert Half, responsável pela pesquisa.
As áreas de finanças e auditoria são as que enfrentam os maiores desafios. O levantamento revelou que 34% das companhias têm dificuldade de preencher posições em finanças e um quarto delas não consegue encontrar auditores. "O mercado brasileiro vive um momento de aquisições de novos negócios, investimentos de multinacionais e preparação para venda, o que exige auditorias detalhadas", justifica Custódio. Segundo ele, é raro encontrar um profissional disponível. "Muitas vezes, eles só aceitam propostas com 60% a 70% de aumento salarial. As empresas não estão mais dispostas a supervalorizar os talentos como fizeram antes da crise", afirma.
A disputa por executivos nessa área faz com que parte das empresas intensifique a luta por talentos. Pouco mais de 25% dos gestores de finanças, por exemplo, considera-se muito preocupados com a retenção de seus funcionários. O Brasil conquistou o terceiro lugar nesse quesito, atrás apenas de Cingapura (38%) e Hong Kong (29%).
De acordo com Custódio, as organizações têm valorizado mais os seus colaboradores e investido em formação de mão de obra. "Há uma demanda acentuada por jovens que estão entrando no mercado e que podem ser treinados apesar do pouco conhecimento técnico. Essa tem sido uma escolha mais frequente do que trazer pessoas com salários inflacionados", afirma.
Mesmo com a falta de profissionais qualificados no mercado, as empresas brasileiras estão entre as mais otimistas quando se trata das perspectivas de crescimento para o próximo ano. Os executivos locais só são menos confiantes do que os entrevistados dos Emirados Árabes - 51% acreditam que suas companhias terão um ótimo ano, ante 50% no Brasil. Refletindo a situação econômica instável na Europa, os britânicos são os mais pessimistas e somente 7% deles acreditam que o ano será muito promissor, assim como 12% dos franceses.
O continente europeu, junto com o Canadá e os EUA, registrou os menores índices de preocupação com a falta de mão de obra qualificada. Apenas 7% dos americanos acham muito desafiadora a contratação de profissionais de finanças, seguidos por 8% dos franceses e 12% dos canadenses.

Nenhum comentário:

Postar um comentário